Quem acompanha meus artigos sabe que eu não gosto de me sentir escravo dos equipamentos eletrônicos, os famosos “gadgets”. Para mim, nada substitui a consistência do treinamento e o conhecimento sobre o nosso corpo que adquirimos com ela ao longo dos anos. Mas longe do que pode parecer, não sou contra esses equipamentos, pois acredito que a ciência e a tecnologia estão à nosso serviço; acho que todos eles trazem sim informações importantes e que se bem utilizadas podem ajudar bastante os atletas em sua busca pela evolução. E é exatamente esse tema que gostaria de abordar hoje.
Há uma nova ferramenta no mercado para aqueles que têm um desejo de acompanhar seu treinamento e buscar melhores performances. Durante anos, os triatletas usaram medidores de potência em suas bicicletas, o que, de certa forma, revolucionou a maneira como estes atletas e treinadores avaliavam a carga de trabalho e planejavam treinos e provas. Agora a tecnologia de medir a potência também pode ser aplicada à corrida e pode revolucionar esse esporte assim como fez com o ciclismo.
A maioria dos ciclistas e triatletas sabe que os medidores de potência nas bicicletas medem a força aplicada nos pedais e a correlacionam com velocidade com que essa força é aplicada (cadência). Apesar de bastante sofisticado, é uma ferramenta bastante simples, uma vez que mede o quão forte e rápido você pedala. Quando os watts sobem, seu ritmo de trabalho aplicado na bicicleta está aumentando e você está melhorando, evoluindo. Um medidor de potência na corrida não é tão simples, mas também pode trazer muitas informações que os corredores podem usar para fazer enormes ganhos de desempenho. Ao contrário de quando se usa potência em uma bicicleta, na corrida o ponto não é, necessariamente, aumentar os watts. Claro que isso pode ser bom, mas também pode não ser útil e em alguns casos mostram as ineficiências e desperdício de energia que o atleta está tendo. Para entender melhor, vamos ver como os medidores de potência na corrida funcionam…
Três planos de potência
Os três planos de potência são horizontal, vertical e lateral. Para correr, na verdade, você deve levantar o seu corpo e os pés do chão, saltando através do ar. Este movimento vertical é a chave para corrida. Sem esse movimento ascendente, você não teria o que chamamos de fase de voo, seus pés nunca iriam sair do chão e você não iria realmente estar correndo, você simplesmente estaria caminhando, por mais rápido que pudesse fazer isso, um bom exemplo são os atletas da marcha atlética. No entanto, se você se mover muito no sentido vertical, você estará apenas pulando para cima e para baixo, sem se mover para a frente, que é exatamente o que acontece quando corremos na esteira. Pouco ou muito poder vertical não é eficaz para nos mover para a frente e como o que mais desejamos é nos movermos para a frente, precisamos de um vetor de força
horizontal que é a força e a velocidade de movimento aplicado diretamente no plano horizontal, ou para a frente. Como você pode imaginar, movimentos laterais, como durante uma curva também criam mais um vetor de força que atual no plano lateral. Você pode imagina que as forças laterais e verticais são ruins, mas lembre-se, há casos em que esses valores precisam ser elevados. Como mencionado sobre a força lateral, é importante, por exemplo, fazendo uma curva em uma pista de atletismo ou quando estamos correndo ladeira acima, a força vertical se torna fundamental para vencermos a gravidade.
Que informações um medidor de potência na corrida pode lhe dar?
Então, como podemos ver, você pode ter valores de potência altos, mas isso não significa que você é um corredor melhor. E você pode até ter valores mais baixos, mas se você não está correndo rápido, não adianta nada. Portanto o conceito-chave para que você possa entender e começar a usar um equipamento como esse é que a velocidade por watt diz o quanto de trabalho você está entregando para correr em um determinado ritmo. Se você pode correr em um ritmo mais rápido com uma mesma quantidade de watts, significa que você é um corredor mais eficiente. O mesmo é verdade se você pode correr o mesmo ritmo com watts mais baixos.
Tipos de Medidores de potência para corrida
Existem dois tipos de medidores de energia: bidimensionais ou 2D, e tridimensional, ou 3D. Como você provavelmente pode imaginar, os medidores de energia 2D só medem dois planos, o vertical e horizontal, enquanto a medida 3D pode estimar esses dois planos, além do plano lateral. Os fabricantes dos equipamentos 2D dizem que a razão pela qual não medem o plano lateral é que estes valores não são muito grandes, especialmente em comparação com vertical e horizontal, de modo que não influenciam tanto no resultado geral.
Alguns destes medidores de potência medem a força aplicada e a velocidade da força através de um sensor na entressola dos tênis (esses também podem ser usados nas sapatilhas de ciclismo), enquanto outros utilizam um sensor que você usa em seu corpo (como uma cinta de frequência cardíaca) ou um pedômetro que você prende no cadarço do seu tênis, para medir ou estimar as forças e velocidade, usando algoritmos e acelerômetros. Os dados podem ser visualizados em aplicativos de smartphones tanto iOS como Android ou em alguns modelos de Garmin e Suunto e a transmissão é feita via ANT+. Todos medem a potência de forma diferente, mas, até agora, todos os métodos parecem ser muito eficazes através dos estudos e análise feitas.
Portanto, como esses são equipamentos que, na sua essência, medem a eficiência de sua corrida, eu acredito que possa ser um ótimo investimento, até pelo fato de que estes produtos são muito mais baratos do que medidores de potência para bicicletas e geralmente mais baratos do que a maioria dos relógios de corrida com GPS, tornando-se um grande diferencial para que todos os atletas comecem a aprender sobre um melhor desempenho com ajuda da tecnologia. Mas lembre-se: saiba usar os números, não fique escravo deles!
Bons treinos.
Por Rodrigo Tosta, ironguides coach – Brasil
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