por Vinícius Santana – ironguides.net

No mes das olimpiadas, vale rever o processo para um triatleta conquistar o ouro Olímpico, o artigo abaixo descreve a jornada de Nicola Spirig e sua medalha de ouro em Londres 2012.

Antes de qualquer coisa

No dia 04 de Agosto de 2012, assistimos a suíça Nicola Spirig tornar-se campeã olímpica. Por um lado, não fiquei surpreso, pois venho acompanhando sua carreira desde 2006 quando ela passou um tempo no Brasil no centro de treinamento Dhama em São Carlos. Nessa oportunidade, treinamos juntos sob os cuidados do treinador australiano Brett Sutton.

Já em 2007, nosso training camp se mudou para a Tailândia, onde novamente pude observar de perto o trabalho que Nicola fazia e qual seria o plano de ataque para uma medalha Olímpica. Nas Olimpíadas de Pequim 2008, o objetivo passou perto. Ela terminou na sexta posição, mas, sem desistir dos sonhos (talvez o resultado até tenha servido de motivação), conseguiu vencer a prova em 2012 na edição de Londres.

Foto: Delly Carr/ITU

Foto: Delly Carr/ITU

O objetivo deste artigo é mostrar para você leitor, que provavelmente é um triatleta amador, algumas curiosidades, dicas e possivelmente surpresas que fazem parte da rotina de uma medalhista de ouro no Triathlon. Como não temos acesso a esse tipo de informação, é normal olharmos para esses “super” atletas como se fossem de outro planeta, como se fizessem treinos extremamente diferentes, além de terem uma rotina de vida muito complicada e sempre voltada para a alta performance.

Finalmente, quero tentar responder à pergunta: qual o segredo de uma medalha Olímpica? Existe alguma técnica especial de treinamento, alimentação, ciência esportiva aplicados na rotina, equipamentos?

Lidando com a Pressão

É comum vermos atletas que são favoritos para uma prova Olímpica, mas acabam “amarelando” na hora da competição e não obtém o rendimento esperado.

Assim como o Ironman do Havaí para os triatletas de Longa Distância, as Olimpíadas não passa de apenas mais uma prova para os triatletas profissionais da ITU (International Triathlon Union). Os atletas são exatamente os mesmos que tem participado do circuito mundial nos últimos anos, o pecurso é familiar, e até os diretores de prova e organizadores também são os mesmo que trabalham em provas menores e comuns para eles.

Além disso, independente do resultado, os principais fatores da vida pessoal de cada atleta não mudarão depois da prova, como a saúde, a família, e os relacionamentos serão. Tudo será o mesmo, e qualquer benefício financeiro será, provavelmente, temporário.

Encarar uma Olimpíada como outra prova qualquer é o primeiro passo para o sucesso. Para se ter uma ideia, Nicola fez um Ironman 70.3 duas semanas antes da prova em Londres e no dia anterior realizou uma série relativamente longa na piscina, pois precisa estar em forma para as provas que vem depois das Olimpíadas, ao invés de tratar a prova de Londres como se fosse a única de sua vida.

Segredo nos treinos

E a fórmula mágica? Aquela série secreta na pista de atletismo que foi responsável pela sua vitória?

Nada de séries complicadas, monitores de frequência cardíaca ou potência, muito menos periodizações geradas com gráficos e fórmulas. O treino é simples, o que foi feito ontem e o que queremos fazer amanhã é o que determinará o que será feito hoje. Dois ou três turnos de treinos por dia, com alguns raros dias de descanso.

Sua periodização é baseada nos resultados e próximas provas. Que tal começarmos um bloco de 8 semanas com foco na natação para consertar aquela largada lenta que tivemos nas últimas provas? Ou treinar semanalmente muitas chegadas e séries de 200 metros na pista, ficando preparada tanto fisicamente quanto psicologicamente para um sprint na chegada? Muito senso comum, análise crítica e não numérica do esporte.

Claro que alguns detalhes são desconhecidos e inviáveis para a realidade do triatleta amador, como é o caso de treinos diários duplos ou até triplos em cada modalidade. Em um dia de três turnos, por exemplo, o da manhã seria de ciclismo com trabalho de sprints. Na hora do almoço, uma série de natação com foco em força. Ao fim da tarde outro treino de ciclismo com intensidade de contrarrelógio.

Há de tudo: treinos longos, curtos, fortes e fáceis. A combinação, com certeza, ajuda na qualidade da semana, mas os detalhes da planilha são só uma parte da estrutura de uma medalha.

Rotina

E o segredo na rotina, qual seria? Dormir em uma tenda de altitude? Suplementos sob medida? Pelo contrário, a rotina é mais parecida com a de um atleta amador do que se imagina.

Em São Carlos, ela ficou em um apart-hotel como qualquer um, além de comer churrasco com o grupo nos fins de semana. Na Tailândia, vivia à base do arroz com frango. Os treinos começavam às sete da manhã e terminavam às seis da tarde. Isso não é muito diferente das horas de trabalho integral em um escritório, a não ser pelos fins de semanas que geralmente são treinos ou provas.

A atleta, sagrou-se campeã mundial júnior em 2011, apresenta não só um talento natural, mas a disciplina e dedicação necessárias para trabalhar mais de dez anos consecutivos até a medalha olímpica. Ao mesmo tempo, lesões aconteceram e foram pedras no caminho da Nicola. Ela não conseguia correr com dores na canela no ano de 2006. Assim como na rotina de um atleta amador, um campeão Olímpico também tem suas limitações físicas e desafios mentais.

O segredo? Treinos simples e consistentes ao longo dos anos, sem distrações, e focando sempre o objetivo principal com muita paciência.

Bons treinos.

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