Uma planilha de treinos é algo simples: uma série de exercícios, definidos em um período de tempo, que são desenhados para trazer uma mudança positiva no desempenho do atleta.

Para alcançar isso, a planilha deve conter alguns elementos fundamentais: treinos fortes que visam gerar um estímulo em seu corpo e treinos leves para recuperação, que permitem a adaptação do organismo aos estímulos gerados nos treinos forte. É exatamente essa adaptação ao estímulo que aumenta seu desempenho.

Considerando o que disse acima, seria fácil desenvolver uma planilha, mas, infelizmente, atletas não são máquinas, e todos têm suas especificidades.

Uma máquina responde a uma tarefa de forma previsível: sabemos o que vai acontecer se colocarmos, por exemplo, 10 litros de gasolina em um carro e dirigirmos a 200km/h. Infelizmente, não podemos colocar 1.000 calorias em um atleta e programá-lo para correr a 15km/h com a certeza do que vai acontecer.

Podemos ter alguma noção do que vai acontecer com o atleta, mas não podemos predizer com certeza. É por essa razão que uma planilha de treinamento não é tão simples de ser desenvolvida.

Todos os atletas são diferentes, absorvem os alimentos de forma distinta, queimam a energia de modo diferente, se desgastam em ritmos diferentes e se recuperam em tempos individuais. De fato, há diversos fatores que atuam no corpo e no desempenho do atleta.

Alguns atletas podem treinar forte todos os dias, pois se recuperem plenamente durante a noite. Já outros atletas precisam dois, três ou mais dias entre os treinos fortes. Nós todos somos geneticamente parecidos, mas muito diferentes em nosso desempenho. Ao se desenvolver um planilha de treinos, essas características individuais precisam ser a base de tudo.

Nenhum treinador consegue apenas olhar para um atleta e criar uma planilha perfeita. Um bom treinador vai desenvolver um programa com atletas à medida que conhece suas características e habilidades.

Vamos pensar em um exemplo de treino de velocidade na corrida. Podemos pegar dois atletas com habilidades semelhantes e prescrever o mesmo treino: 5 tiros de 3 minutos de corrida forte com 3 minutos de trote leve entre cada repetição. Esse é um treino clássico da modalidade.

Ambos podem completar o treino no mesmo ritmo e no mesmo esforço, mas o processo de recuperação pode ser bem diferente de um para o outro. Um deles pode acordar na manhã seguinte sentindo-se descansado e pronto para fazer mais um treino forte; enquanto o outro pode amanhecer “quebrado”.

Se ambos os atletas seguem a mesma planilha de treinos, o primeiro atleta fará um bom treino no segundo dia e continuará evoluindo. Já o segundo atleta lutará com o treino, correndo mais devagar do que o prescrito e ficando ainda mais fadigado. Essa situação é muito comum em nosso esporte, especialmente em grupos de atletas que treinam juntos.

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Como consequência, o melhor atleta nas provas não é, necessariamente, o melhor atleta do grupo, mas, simplesmente, o atleta que melhor se adapta à planilha comum de treinos. Com isso, muitos talentos são perdidos nesse estilo de treinamento.

Um bom técnico tem a capacidade de ler cada situação e saber o que mudar para cada atleta. Por exemplo, o segundo atleta talvez precise reduzir a quantidade de treinos fortes para se recuperar e ter o mesmo efeito que o segundo atleta.

Alternativamente, os atletas também podem treinar juntos nas seções fortes, mas os treinos regenerativos serão bem diferentes.

Vamos supor que tenhamos chegado à planilha ideal para um determinado atleta, que está seguindo o programa e melhorando a performance, que é nosso objetivo final. É comum os treinadores mudarem a planilha após algum tempo de treinamento, quase sempre em um intervalo predeterminado e sem sentido. Não há dúvidas de que, em algum tempo, a planilha não vai mais atender ao estresse adequado para um atleta, mas isso é algo que não podemos prever quando desenvolvemos uma planilha.

Repito que esse ponto é muito individual, já que os atletas respondem a estímulos e se adaptam de forma distinta. Alguns logo estão prontos para novos estímulos, enquanto outros demoram para se recuperar. Se um atleta está treinando e evoluindo, alterar a planilha pode cortar ou, até mesmo, reverter esse processo. Com isso, gasta-se tempo e nenhuma evolução é alcançada.

Continuando com nosso exemplo dos dois atletas, aquele de recuperação mais rápida pode parar de se adaptar após 3 semanas de treinos, precisando de um novo estímulo. Já o de recuperação mais lente talvez continue se adaptando aos treinos por 12 semanas ou mais.

Um bom treinador está sempre analisando e obtendo feedback dos atletas, visando estabelecer como a planilha tem funcionado. Saber quando mudar, quando apertar e quando aliviar é a grande virtude de um bom técnico. A chave para o sucesso é entender que uma planilha deve seguir o atleta e não que o atleta deve segui-la.

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Alun Woodward, Coach ironguides

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